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segunda-feira, 25 de outubro de 2004
VITÓRIA DEDICADA AO NOSSO PRESIDENTE
Nesta tarde, em todo o Estádio Cidade de Coimbra, todos tinham sentimentos diferentes dos habituais antes das partidas onde participa a Briosa. Todos estávamos mais pobres e sentíamos que a Académica tinha perdido a figura cuja identidade se mistura com a própria instituição. Tinha falecido aquele que será para sempre o nosso presidente; aquele que foi, sem dúvida, o maior presidente da Associação Académica de Coimbra (Secção de Futebol e Organismo Autónomo de Futebol). Foi com João Moreno que a Académica conseguiu a melhor classificação de sempre na 1ª Divisão (2º lugar); foi com João Moreno que a Briosa participou nas competições europeias; foi com João Moreno que conseguimos ir a duas finais da Taça de Portugal. Depois de todo este percurso extraordinário ainda se dispôs a vir salvar a sua Académica, tendo a sua Direcção iniciado um processo de recuperação económico-financeira e de remodelação de toda a estrutura de que, infelizmente, não poderá ver os resultados. Todos sentíamos uma sensação de perda, um grande vazio, mas essa sensação transformou-se em força, em necessidade da vitória para a dedicar ao nosso presidente. Penso que essa força também esteve com a equipa e foi decisiva para a excelente vitória sobre o Marítimo.
Para o jogo frente ao Marítimo, então líder da Superliga, João Carlos Pereira optou por uma estrutura de 4x4x2. Em relação à última jornada, em Setúbal, fez duas alterações na equipa titular: saíram Luciano e Dionattan, entraram Kenny Cooper e Paulo Adriano. Assim a Briosa alinhou com: Pedro Roma; Nuno Luís, Zé António, Vasco Faísca e Fredy; Rodolfo, Tixier, Paulo Adriano e Ricardo Fernandes; Joeano e Cooper. Quanto a Pedro Roma, não há muito para dizer, apenas excelente! Um punhado de defesas muito difíceis, para além de intervenções muito seguras que transmitiram grande tranquilidade à equipa. Quanto a mim foi o melhor da Briosa. Nuno Luís ainda não atingiu a forma do final da época passada. Se a defender vai cumprindo, apesar de em algumas jogadas deixar muito espaço nas costas, a atacar não está com o fulgor que já evidenciou. Quanto vai ao ataque, não se atreve a ir à linha de fundo para centrar. Quando chega à quina da área, faz imediatamente o cruzamento, mesmo que esteja sem marcação. É, certamente, uma questão a rever pelo técnico pois não acredito que seja ele a dar estas instruções. Zé António esteve em bom nível, assumindo-se cada vez mais como o patrão da defesa. Teve duas desatenções no início da segunda parte que logo remediou, acabando o jogo sem mais nenhuma falha. Vasco Faísca, tal como o seu companheiro do centro da defesa esteve bem. Por vezes parece um pouco nervoso em lances que parecem fáceis, causando alguns calafrios aos companheiros. Estou convencido que com o decorrer da época, esse nervoso miudinho desaparecerá. Fredy também cumpriu bem a defender. No entanto, praticamente não se viu no ataque. Teve duas situações em que podia ter lançado um companheiro para contra-ataques perigosos, mas não conseguiu fazer o passe na altura correcta. Rodolfo fez uma boa exibição. Muito esforçado nas tarefas que lhe estão destinadas. Não se espera que dos seus pés saiam jogadas de grande recorte técnico. Mas espera-se que ganhe a "guerra do meio-campo" e que não deixe os seus adversários directos pensar o jogo de ataque. Ainda não aguenta o jogo inteiro mas parece que vai caminhando para a melhor forma. Tixier também esteve bem. Não atingiu o fulgor do companheiro que jogava ao seu lado (Rodolfo) mas também se entregou à luta contra os excelentes jogadores que o Marítimo tem no meio campo. Esteve um pouco inseguro no passe. Paulo Adriano fez, talvez, a melhor partida desta época. Muito esforçado, também lutou até à exaustão. Os seus críticos, nos quais em também me incluo por vezes, não podem deixar de concordar que fez um jogo muito agradável culminado com o golo (aos 24 minutos). Ainda dispôs de mais duas oportunidades na área maritimista, mas desperdiçou-as. Ricardo Fernandes esteve em bom plano, como já vem sendo hábito. Dos seus pés saem lances de excelente recorte técnico. Por vezes, demonstra ser pouco objectivo, não avançando decidido para o ataque, perdendo-se em alguns toques inconsequentes. Se ultrapassar estes pequenos defeitos fará uma época de grande nível. Joeano esteve muito bem, em especial na primeira parte. Excelente quando descaía para os flancos. Na direita conseguiu dois excelentes lances em que foi à linha de fundo para centrar. Na segunda parte parece-me que foi cometido um penalty sobre ele que o sr. Hélio Santos transformou em cartão amarelo para o brasileiro, apesar de ele se ter lesionado visivelmente na jogada. Finalmente temos o Joeano em bom nível! A equipa bem precisa. Kenny Cooper fez uma exibição mediana. Podia ter marcado na primeira parte quando desvia de cabeça um cruzamento da direita, mas a bola sai ao lado. Movimentou-se bastante bem, algo assinalável se tivermos em conta a sua estatura. Precisa de mais experiência mas poderá tornar-se num bom ponta de lança, esperemos que ainda seja ao serviço da Briosa. Quanto aos suplentes utilizados por João Carlos Pereira, Dionattan, que entrou para o lugar de Rodolfo, não conseguiu acertar no ritmo do jogo. Não conseguiu marcar os seus adversários no meio campo, nem sair para o ataque. Fica na retina uma jogada de contra ataque em que tinha dois companheiros desmarcados nos flancos e decide-se por um remate de muito longe sem qualquer perigo. Definitivamente, não está bem. Dário fez a sua estreia na Superliga, o que muito agradou aos academistas, e apesar de não ter mostrado muito (ainda não tem pernas) já se pode sentir o "perfume" do seu futebol. Luciano não teve oportunidade de assinar jogadas de registo.
Deste jogo dificílimo ressalta, sem dúvida, o querer demonstrado pela equipa da Académica. Frente a um adversário fortíssimo a Briosa fez das tripas coração e conseguiu uma vitória muito importante, quer em termos sentimentais, quer em termos de classificação da Superliga, uma vez que permitiu que a equipa saia dos lugares de despromoção. Na primeira parte assistiu-se a uma exibição muito agradável da Académica que nos deixa a todos com esperança num futuro sorridente.
Quanto à equipa de arbitragem, tivemos mais do mesmo. Ou seja, uma actuação tendenciosa, empurrando o Marítimo para a frente. A quantidade de faltas junto à área da Academica foi incrível, ao passo que perto da área maritimista se deixava sempre jogar. O pior elemento da equipa de arbitragem foi o auxiliar do lado da bancada da Mancha Negra que fez uma segunda parte vergonhosa. A quantidade de foras de jogo não assinalados foi inacreditável, tal como o canto inventado a favor do Marítimo que seria a última jogada do encontro. Enfim, nada a que não estejamos habituados...
este golo do Paulo Adriano foi para calar aqueles que diziam mal dele!
ResponderEliminarEu sempre acreditei nele. No jogo passado meteu a mão à bola, foi logo criticado. Eu sempre acreditei nele a 100%, todos os jogadores erram, e ele não é excepção!
Paulo Adriano olé!!!!!!!!!!
BRIOSA!!!!!!!!!
Esta vitória é dedicada com muito amor e carinho ao grande presidente que foi o DR João Moreno.
Maria João
Como eu gostaria de ter estado em Coimbra neste jogo! Uma vitória essencial, mas sobretudo uma demonstração do que é ser da Académica - alma e coração.
ResponderEliminarO agradecimento a um grande presidente não pode ficar por aqui.
Parabéns pelo blogue, que irei seguir.
Saudações briosas,
Nuno Miguel Guedes (http://.traducaosimultanea.blogspot.com)