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segunda-feira, 8 de novembro de 2004
TEMOS DE IR À BRUXA!
Como é que se perde um jogo em que rematamos duas vezes ao poste, falhamos duas oportunidades de golo em que era só preciso encostar o pé para a bola entrar na baliza, e temos outras oportunidades para facturar, enquanto o adversário faz três remates em todo o jogo e marca um golo? São estes os imponderáveis do futebol que o tornam tão apaixonante. No entanto, não se pode invocar apenas a falta de sorte para justificar a derrota de hoje frente à bartolomeu SAD. Demos meia hora de avanço aos leirienses numa exibição paupérrima, sem fio de jogo. A partir dos trinta minutos de jogo começámos a dominar a partida, encostando o adversário na defesa, o que, aliás continuou na segunda parte. Curioso, ou talvez não, é que a Académica começou a jogar melhor quando Rafael Gaúcho se libertou do lado esquerdo do ataque, posição em que não consegue render minimamente e em que João Carlos Pereira insiste em colocá-lo. No entanto, é de realçar que não temos ninguém para jogar nessa posição (talvez o Sarmento tenha as características necessárias, mas joga mais do lado direito). Rafael Gaúcho acabou por fazer uma exibição não muito colorida mas melhor do que as que lhe vimos fazer anteriormente, no entanto, é necessário fazer mais e melhor. Gaúcho acabou por ser substituído por Luciano a meia hora do final do encontro. Luciano veio dar a dinâmica que faltava à Briosa. Mostrou todas as qualidades e características que já aprendemos a conhecer: a velocidade e a capacidade de jogar no um para um, partindo para cima do adversário. Luciano, sempre que entra, revoluciona o ataque da Briosa, e, quanto a mim, foi o melhor jogador da equipa, apesar de só ter jogado meia hora. Será que só João Carlos Pereira não entende que, o único jogador do plantel com características de ala atacante tem de jogar? No ataque revolucionado por Luciano, actuaram Joeano e Dário. Joeano falhou dois golos feitos. Na primeira parte, Dário faz um espectacular jogada pela direita e dá o golo a Joeano que, sem o guarda-redes na baliza e sem oposição, não consegue introduzir a bola na baliza. Na segunda parte, outro falhanço semelhante, se bem que não tão escandaloso como o primeiro. Apesar de ter lutado muito, devido às perdidas incríveis, não se pode considerar positiva a sua exibição. Quanto ao seu companheiro no ataque, Dário, teve pouca sorte nos lances em que rematou ao poste direito da baliza de Helton. Esteve bastante dinâmico. Se não houver mais problemas físicos, estou convencido que veremos o "velho" Dário brevemente.
Atrás da dupla atacante devia ter actuado Ricardo Fernandes. Digo devia, porque a sua actuação resume-se a uma palavra: nódoa. Quantas mais exibições deste calibre serão necessárias para que João Carlos Pereira o faça descansar uns tempos? Porque não experimentar Rafael Gaúcho no seu lugar? Quanto aos dois elementos do meio campo, Paulo Adriano fez uma exibição fraquinha. No entanto, não nos podemos esquecer que teve de jogar um pouco recuado, numa posição que também não é a sua. A falta de trincos no plantel é muito preocupante se tivermos em consideração que Beaud só poderá alinhar em Janeiro e que Rodolfo, infelizmente, já passou mais tempo lesionado do que a jogar. Tixier realizou uma exibição bastante esforçada mas em que a má qualidade na hora do passe, ofusca um pouco a sua boa capacidade de recuperação de bolas.
A defesa teve muito pouco trabalho. A bartolomeu SAD limitou-se a queimar tempo e a aliviar bolas da sua defesa, a partir do momento em que se viu em vantagem. Nuno Luís vê a sua actuação manchada devido ao golo que nasceu no seu flanco. Apesar disso fez algumas arrancadas para o ataque que foram interessantes. Vasco Faísca também tem algumas culpas no cartório na jogada do golo sofrido, ao esperar pelo fora-de-jogo que o árbitro auxiliar não marcou, mas depois partiu para um jogo muito seguro em que, por vezes, até se assumiu como o transportador do jogo para o ataque, uma vez que quem estava encarregado de fazer essa tarefa, Ricardo Fernandes, escondia-se atrás dos adversários, não conseguindo ser o organizador de jogo que tão necessário era. José António, com as mesmas culpas do companheiro do centro da defesa na jogada do golo, exibiu-se a excelente nível, tendo juntado o seu nome ao grupo dos azarados do jogo quando, a passe de Luciano, dentro da área e sem oposição, rematou por cima da baliza. O lado esquerdo da defesa continuou entregue a Fredy que, se a defender conseguiu cumprir com mais ou menos dificuldades, no ataque foi uma nulidade (como já vem sendo hábito) pelo que, aliado à falta de um extremo-esquerdo de raíz, faz com o lado esquerdo do ataque da Briosa seja praticamente inexistente, só acontecendo algumas jogadas por esse lado quando Joeano descai para o flanco. Pedro Roma teve uma partida ingrata. Só fez duas defesas e sofreu um golo em que me pareceu que poderia ter feito mais qualquer coisa.
Qaunto ao árbitro, Paulo Pereira, pareceu-me que actuou bastante bem. Talvez tenha sido a melhor arbitragem a que assisti esta época nos jogos da Académica. No entanto, não há actuações isentas de erros. Não percebi como é que não expulsa Alhandra com o segundo cartão amarelo quando este corta com a mão uma jogada de ataque que poderia revelar-se perigosa.
Parabéns pela análise do jogo que é correcta.
ResponderEliminarAlém consegue explicar porque saiu o Joeano para entrar o KC?
É certo que a 1ª parte do Joeano foi miserável, mas na 2ª subiu de produção, como toda a equipa e um avnçado é sempre um avançado.
Com 15 minutos para jogar, a perder, porque não tirar um médio ou mesmo um defesa, até porque o contra-ataque da João bartolomeu SAD não metia medo a ninguém?
Porque é que a AAC continua sem treinar convenientemente as bolas paradas?
Porque falta força aos nossos jogadores?
Só para terminar: o Ricardo Fernandes já se integrou plenamente na pior "mística" da nossa AAC: devagar, devagarinho, para o lado e para trás, sem força, sem convicção, à espera que a bola lhe cheque e que não vá nenhum adversário roubar-lha!
Se tivessemos mais Dários outro galo cantaria.
Viva a AAC e sejam felizes.
Embora não concorde com um ou outro ponto, é uma boa análise do jogo ... e da época da "Briosa".
ResponderEliminar1 - A época tem sido marcada, fundamentalmente, por três aspectos que se prendem com o plantel (sem entrar, em linha de conta com quem tem responsabilidades na sua elaboração):
- limitações (número e/ou qualidade) nalguns lugares: trinco, médio-ala esquerdo e defesa direito;
- limitações devido a lesões: pontas de lança, com destaque para Dário;
- limitações devido a sub-rendimento, relativamente, à expectativa, em especial de Joeano e de Ricardo F. (estou convencido que se trata de situações passageiras e que acontecem a qualquer atleta)
Esperemos que Janeiro contribua para resolver estas questões que são atenuadas pela boa época de alguns, em especial de Pedro Roma, de José António e de Vasco Faisca (que mostra ter classe e não ter grandes problemas de adaptação - Sou dos que defendem que o duo central da nossa defesa é do melhor que há na Liga. Deveria acrescentar Luciano mas, infelizmente, ele tem jogado ...pouco e, aqui, julgo que está um dos dois erros de JCP.
2 - No jogo, reflectiram-se alguns daqueles problemas na 1ª.parte (até aos 30/35m), mas depois as coisas correram de modo aceitável, com eccepção do golo e, aqui, julgo que todos estão de acordo que, neste caso, houve mesmo azar... demais.
De qualquer modo:
- acho (evidente) que o Luciano deveria ter sido titular;
- concordo que as substituições foram tardias e que as m/opções seriam outras que não Joeano(neste jogo e naquela altura não, apesar dos seus falhanços)
- não concordo com as culpas do V.Faisca no golo - só se for por ter acorrido a onde, em princípio, não deveria ter sido ele a ir; mas, isso, também não é problema, até porque me parece que ele foi o melhor da Académica;
- não concordo que o Nuno Luís tenha estado tão abaixo como se parece depreender.
3 - Finalmente, ainda quanto ao jogo, o segundo erro, no m/entender, de JCP - neste e noutros jogos - a equipa não entra (e tem que entrar) sob tensão; tem que procurar, desde logo, tomar conta do jogo - agir e não reagir quando já se tem que "correr atrás do prejuízo".