Ontem à noite a Briosa, mais uma vez, saiu derrotada de uma partida da Superliga. Ainda não foi desta que se iniciou a recuperação porque todos os adeptos anseiam e desesperam.
Nelo Vingada apostou para o onze inicial em duas das últimas aquisições da Briosa: Brum e Marcel. De resto manteve a estrutura que vem sendo utilizada nos últimos encontros. A equipa que começou o jogo foi a seguinte: Pedro Roma; Nuno Luís, Zé Castro, Zé António e Vasco Faísca; Tixier, Brum e Hugo Leal; Luiano, Kenedy e Marcel. A intenção de Vingada era controlar o meio campo tentando que Brum conseguisse parar Nuno Assis e que Tixier, ficando um pouco mais fixo na área defensiva, pudesse ajudar a defesa nas situações mais complicadas. Neste contexto, Hugo Leal poderia actuar mais solto e sem grandes preocupações defensivas, sendo o grande municiador do ataque. Este sector ficaria entregue a Marcel (em cunha na defesa contrária), a Luciano na direita e a Kenedy na esquerda. O inicio do jogo até correu bem à Briosa. Controlava as operações e trocava bem a bola longe da sua baliza. Brum conseguiu anular Nuno Assis durante quase toda a primeira parte, o que impediu que o Benfica se conseguisse soltar de maneira a ter um caudal ofensivo sufocante. Tudo corria pelo melhor quando, de maneira infantil, (outra vez) a equipa sofre um golo na sequência de um canto. Geovani aparece completamente solto de marcação no coração da área e, quase sem saltar, cebeceia sem grande força, no entanto, Pedro Roma, inexplicavelmente, fica a olhar para a bola, esperando que Nuno Luís conseguisse chegar com a cabeça onde ele devia ter ido com as mãos. Já estamos habituados a estas oscilações exibicionais do nosso guarda-redes e o que é verdade é que, assim como consegue fazer defesas excepcionais que salvam golos, também afunda a equipa com erros infantis, que provocam o agravar do estado de ansiedade e de pouca confiança que é notório nos profissionais da Briosa. Acho que devemos lembrar o professor Vingada que a Académica dispõe de (pelo menos) mais um guarda-redes no plantel que pode e deve ser uma opção para a equipa titular. A posição de guarda-redes é fulcral e é a partir dela que se constroi a confiança tão necessária para que os bons resultados possam surgir e não me parece que o Pedro Roma, que já fez nesta época algumas boas exibições, seja a melhor opção, neste momento, para aumentar esses níveis de confiança.
Depois deste verdadeiro "balde de água gelada" com que levaram os jogadores da Académica, o futebol praticado por estes deixou de ser tão bem organizado, pelo que o Benfica conseguiu pressionar mais, podendo até fazer outro golo quando Petit surge isolado à frente de Pedro Roma, que consegue defender (única defesa difícil que efectuou durente a partida).
No início da segunda parte a Briosa apareceu com vontade de jogar no meio campo adversário, com Hugo Leal (enquanto teve pernas) a tentar carregar a equipa e com Marcel (bastante esforçado) a movimentar-se muito na frente de ataque, o que é surpreendente se tivermos em conta a sua envergadura física. No entanto este início forte não durou muito tempo porque Roberto Brum já não conseguia controlar Nuno Assis com tanta efectividade e porque Simão resolveu imprimir outra velocidade ao seu jogo, o que deixou Nuno Luís (outro que não deveria ser titular dado as suas paupérrimas exibições) completamente fora do jogo. O segundo golo foi um bom exemplo disso (tal como o terceiro), Simão flecte para o centro do terreno, numa jogada que já é habitual, o seu marcador (Nuno Luís) fica nas covas (como habitualmente) e Simão, apesar de Zé Castro ainda tentar importuná-lo, faz um remate em arco ao poste mais distante, com Pedro Roma a assistir "no sofá". O remate foi bom mas Roma estava muito mal colocado. Toda a gente sabe que quando o Simão faz esta jogada, tenta rematar ao poste mais distante. Então porque é que Pedro Roma estava colocado daquela maneira? Porque estava tão adiantado? E porque é que a sua velocidade de reacção é tão baixa? O terceiro golo do Benfica, também marcado por Simão, foi obtido através de um puro lance de contra-ataque. A defesa da Académica estava muito subida no terreno e, incrivelmente, Nuno Luís não estava a marcar Simão. Este disparou sem qualquer oposição pelo meio campo academista marcando o golo sem dificuldade perante um guarda-redes que não sabia se havia de sair-se aos pés do adversário ou se devia ficar na baliza. Escolheu a opção que nunca devia tomar: ficar a "meio do caminho". Nesta jogada salta aos olhos o facto de Nuno Luís ser uma menos-valia para a equipa. Para além de não marcar Simão, como lhe competia, não se esforça para o ir buscar, tendo sido o central Zé Castro o único que chegou perto do benfiquista para ao tentar importunar.
Em resumo, mais uma derrota que era esperada. Não era esta uma das partidas absolutamente decisivas para a tão esperada salvação da Académica.
Deste jogo destaca-se o facto que Brum é uma mais-valia para o plantel. Tem sentido posicional e marca bem os seus adversários directos. Marcel também poderá ajudar muito a Briosa. O seu porte atlético será muito importante nas áreas dos adversários e a sua boa movimentação em campo foi uma surpresa agradável. Hugo Leal também demonstrou que é o número dez que faltava ao grupo de trabalho e quando melhorar os seus índices físicos dará ainda mais à equipa.
Pela negativa destaca-se Luciano que, apesar de muito esforçado (como é habitual) nunca se conseguiu libertar da marcação exercida por dos Santos; Pedro Roma que somou mais uma exibição que prejudicou gravemente a equipa; e Nuno Luís que demonstrou mais uma vez que não tem lugar no onze inicial da Briosa. Vingada tem de procurar urgentemente um jogador para essa posição, que deverá ser Andrade, isto se ele não veio para Coimbra para disfrutar de uma "reforma dourada"...
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