terça-feira, 31 de maio de 2005

JOSÉ EDUARDO SIMÕES EM ENTREVISTA

O presidente da direcção da AAC/OAF deu uma entrevista ao jornal "As Beiras" onde explica o que pretende para o futuro e como decorreram as coisas na época que agora finda.

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A entrevista começa por tratar da área financeira pois o défice não existe apenas nas contas públicas. A este respeito, o presidente afirmou que o orçamento para a próxima temporada será mais baixo que o anterior. Isto poderia querer dizer que não seria possível melhorar a qualidade do plantel, mas o engenheiro explica: "saem mais jogadores do que os que entram. Por cada dois que saiam, entra um". É necessário optar por esta medida devido ao aumento do passivo que ocorreu aquando dos reforços de Inverno que, apesar de se revelarem decisivos para a equipa, também fizeram piorar o estado das contas.


Rescisões

José Eduardo Simões afirmou que não haverá rescisões de contratos. "Haverá saídas, mas rescisões só por mútuo acordo. Se não existirem acordos, continuam".

Empréstimos

"Pode haver um ou outro. Se houver jogadores que considerem ter mais dificuldades em singrarem, poderão ser emprestados".

Reforços

Não se tem falado muito de reforços, facto que se pode considerar um pouco estranho, se tivermos em conta que a Briosa necessita de se reforçar para conseguir a tão apregoada melhoria da qualidade do plantel. Será que não existem contactos, ou estão bem guardadas essas iniciativas? A este respeito o presidente mostra-se bastante tranquilo, parecendo que esta vertente da pré-época já está tratada: "Estabelecemos uma estratégia: o que vamos precisar. Teremos uma equipa mais curta e de maior qualidade. Depois, da equipa de juniores deste ano, temos jogadores que podem rodar numa 2.ª Divisão-B, num processo idêntico ao que se fez com o Marialvas, mas num patamar mais elevado. Então, estebelecemos dois acordos, com o Tourizense a funcionar como nosso clube–satélite, e um outro com o Pampilhosa, onde pudessem jogar alguns ex–juniores, com o apoio do nosso sector de formação. No caso do Tourizense, até com uma vantagem adicional: a possibilidade de alinharem no clube jogadores não convocados na Académica, não só para manterem o ritmo, mas também para ajudar o Tourizense a atacar lugares onde este ano já esteve. Mas o protocolo com o Marialvas vai continuar a funcionar, ainda que em patamares diferentes. Quanto a reforços, como disse, cada dois que saem, entra um, o que significa que não são precisos muitos. E, por isso, não é difícil manter segredo". Há um conjunto de jogadores com os quais não contamos. Logo aí são oito ou nove, portanto teremos três ou quatro entradas. Em relação às entradas, já estão há muito tempo definidas". José Eduardo Simões foi taxativo quando afirmou que já há reforços e que a sua apresentação será feita quando se revelar oportuno.

Zé António e Zé Castro

Os dois centrais foram extremamente importante para se atingir o objectivo da permanência na Superliga, pelo que a sua continuidade é quase primordial para termos uma equipa forte. Quando confrontado com esta questão, o presidente faz questão de dividir os processos dos dois atletas. "Estão a haver as necessárias conversas com Zé António e com o Zé Castro... é nosso jogador". Acerca do possível interesse do Sporting nos serviços do jovem Zé Castro, José Eduardo Simões mostra-se pouco receptivo a deixar saír o jogador, parecendo até que uma proposta de prolongamento do contrato não estará fora dos pensamentos da direcção.

Director Geral

Não será este época que este lugar será preenchido: "É pouco provável, porque financeiramente os custos têm que ser controlados. Haverá cortes a nível administrativo, com menos pessoas e trabalhando mais cada um, e desportivo, com menos jogadores e mais eficiência".

Lugares europeus

Sobre esta questão o presidente mostra-se cauteloso: "A partir de agora, só temos que crescer. E o crescer significa conseguirmos igualar equipas como o V. Guimarães, Sp. Braga, Marítimo e outras que, sustentadamente, estão na SuperLiga. Só em finais dos anos 60 estivemos sustentadamente na 1.ª divisão. Depois, foi sempre o sobe e desce. Queremos chegar àquele nível e ficar lá. Mantendo a estrutura da equipa, e tudo vamos fazer para a manter, temos qualidade superior à maioria das equipas portuguesas. Ou seja, qualidade equivalente às que referi anteriormente.

TBZ

Ao contrário do que seria de esperar, José Eduardo Simões não vem dizer que o acordo com a TBZ tenha sido um "mar de rosas". Um pouco surpreendentemente, o presidente parece apontar mais problemas do que benefícios no relacionamentoentre as duas instituições: Tem duas faces: há um balanço positivo na forma como a operação saiu para o exterior. Genericamente funcionou bem o desempenho ao nível dos jogos. Este foi o primeiro ano e havia um monstro para ser gerido. A venda de lugares e a produção do evento funcionou bem. Mas outras coisas não funcionaram bem, nomeadamente a campanha de novos associados que não se notou - há um mundo por explorar aí. A própria campanha de marketing, a venda de produtos, foi muito frágil. Não houve capacidade para dar uma dimensão nacional à marca Académica, em supermercados, na Sport Zone... Também se podia ter feito muito mais, levando mais gente ao estádio, trabalhando com os Serviços Sociais da Universidade de Coimbra, com os estudantes, Câmara Municipal, ACIC, HUC, comércio, profissionais liberais, no fundo, havia tanta capacidade para enchermos o estádio. Ao contrário do que se diz, a assistência média no Estádio Cidade de Coimbra diminuiu da primeira para a segunda época. São os dados oficiais que temos e acho estranho que haja outros dados ditos oficiais. Há pontos positivos e negativos. É importante fazermos um balanço deste primeiro ano, para vermos o que falhou e o que é preciso fazer. A Académica tem um negócio que é o futebol..."

Bolão

"Estão a decorrer as obras para os pavimentos sintéticos, mas temos que “apertar” os empreiteiros de forma a que em meados de Julho tenhamos as coisas prontas. Queremos para o ano que os treinos de juniores, juvenis e iniciados se realizem lá. Não podemos continuar com a casa às costas. A Academia será a casa–forte do futebol. Já as escolas dos seis aos 10 anos funcionarão no pavilhão, mas de forma mais intensiva. A nave principal do pavilhão será o local de sementeira dos mais pequeninos, tanto à semana como aos fins–de–semana. Este pavilhão é fundamental para a estratégia de desenvolvimento do clube. Na próxima época, os balneários vão ser alterados, pois vamos ter lá um mini–ginásio, sauna e hidromassagem, para além de obras de manutenção e conservação. Quanto ao edifício principal, de acordo com aquilo que vimos a falar com as empresas e nossos apoiantes, é pouco provável que arranque antes de Julho/Agosto. Mas quando arrancarem, não param mais."

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