domingo, 12 de fevereiro de 2006

DERROTA COMPROMETEDORA

Depois da derrota neste jogo, penso que temos de nos mentalizar que iremos estar na luta titânica pela manutenção até ao final da liga. A possibilidade de podermos encarar um final de campeonato sem sobressaltos ficou definitivamente comprometida ao perdermos com o Boavista. Agora é lutar e sofrer até ao fim!

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Toda a gente sabia que o jogo com o Boavista seria extremamente dificil, desde logo porque os do Bessa são a equipa em melhor forma na segunda volta da liga; e depois porque o estilo de jogo das equipas treinadas por Carlos Brito coloca sempre dificuldades muito grandes aos adversários e, particularmente, à Académica.

Nelo Vingada escolheu a equipa esperada face às ausências forçadas de Zé Castro e Gelson, talvez com a excepção de Luciano ter jogado de início (esperava que fosse Serjão). Assim, o onze inicial foi o seguinte: Pedro Roma; Sarmento, Danilo, Hugo Alcântara e Ezequias; Roberto Brum, N´Doye, Dionattan e Filipe Teixeira; Luciano e Joeano. O início da partida revelou-nos uma Briosa mandona e que relegou os boavisteiros para o seu meio campo, defendendo todos atrás da linha divisória do terreno. Neste período, que podemos considerar que foram os 10 minutos iniciais, o jogo da Académica foi muito agradável e parecia ser um bom prenuncio para o resto do encontro. No entanto, o meio campo de combate (e de porrada) do Boavista começou a carburar e a equilibrar as coisas. Não deixando os seus créditos por mãos alheias, Carlos Brito interpretou fielmente nesta partida o futebol do "ferrolho" e da "porrada" de que tanto gosta de ver nas equipas que treina. Assim, coloca nada mais nada menos, do que três elementos que tinham como primeiro objectivo destruir o jogo adversário, recorrendo a todos os meios para o conseguir. Esses elementos foram Tiago, Lucas e Paulo Sousa. Com a complacência do árbitro, estes três senhores foram conseguindo impôr a lei da porrada no meio campo e as coisas começaram a equilibrar-se, podendo os forasteiros sair em rápidos contra-ataques, única maneira que escolhem para chegar à área adversária. Apesar da dureza excessiva e ILEGAL (não para o árbitro) imposta pelo Boavista, a Académica conseguia manter-se na discussão da partida devido à abnegação particular de Brum, Dionattan e Filipe Teixeira que nunca viraram a cara à luta que tinham de travar, na verdadeira acepção da palavra. Já N´Doye, que podia adaptar-se melhor a esta situação de contacto físico em virtude das sua próprias características, pareceu sempre um pouco fora do jogo. A partida caminhou nesta toada de meio campo, sem grandes oportunidades de golo, até ao intervalo quando, a um minuto do fim da 1ª parte, num lance inofensivo junto à bandeirola de canto do lado esquerdo do ataque boavisteiro, Luciano, que tinha vindo ajudar Sarmento, faz uma falta perfeitamente desnecessária e infantil, porque toda a gente sabe que o Boavista só marca golos em contra-ataque e em lances de bola parada. O livre deu um golo aos visitantes que caíu do céu, pois ainda não tinha tido nenhuma oportunidade e o intervalo veio de imediato. De referir que o golo foi apontado de cabeça por João Pinto aproveitando uma falha de marcação incrível de N´Doye que, volto a dizer, nunca conseguiu entrar no jogo.

A segunda parte inicia-se sem alterações por parte do professor Vingada. As características da partida mantêm-se, sendo de referir que as picardias e perdas de tempo efectuadas pelos boavisteiros foram sempre crescendo e tiveram sempre a cobertura do sr. que veio de Portalegre e que demonstrou em Coimbra que ainda responde perante os mesmo donos, apesar dos últimos desenvolvimentos do processo "Apito Dourado". É óbvio que ninguém parece ter medo da justiça... Em consequência dessas picardias, Dionattan, incrivelmente, é admoestado com um cartão amarelo depois de ter sido agarrado e provocado por João Pinto (que grande novidade), o que terá levado, penso eu, o treinador da Briosa a substituílo por Serjão. A entrada de Serjão era óbvia mas penso que, naquela altura, Filipe Teixeira já estava a acusar algum cansaço, ao passo que Dionattan poderia ajudar mais na luta do centro do terreno. A partir daqui a pressão da Académica intensificou-se. O Boavista defendia-se cada vez mais e só contra-atacava com dois elementos: João Pinto, e Paulo Jorge ou Zé Manuel. Neste período Serjão tem um excelente remate, a cruzamento de Luciano, mas que infelizmnte sai à figura de William. Aos 70 minutos, Nelo Vingada faz uma substituição muito estranha e que precipitou de forma directa a derrota da Briosa. Tira Joeano, que não fez um bom jogo mas que lutou sempre, e faz entrar Fernando. Mais uma vez, se pretendia dar o tudo por tudo, e uma vez a equipa estava em crescendo com este esquema táctico, penso que deveria ter sido substituído o muito sacrificado Filipe Teixeira, indo Fernando para o seu lugar. O professor optou por alterar o esquema táctico e passou a jogar com apenas três defesas, ao bom estilo de Adriaanse. Penso que todos no estádio, com excepção do treinador da Académica, e do seu adjunto, sentiram que este tinha sido o golpe final nas aspirações a um resultado positivo. Danilo ficou sozinho na zona central da defesa e, como a rapidez não é uma das suas características, era óbvio que no primeiro contra-ataque que o Boavista conseguisse fazer, o golo era eminente. Infelizmente, foi isso que aconteceu. Lance rápido pela esquerda, Danilo vê-se sozinho no um para um com o adversário, não é tão lesto como se impunha, e deixa o adversário cruzar para um isoladíssimo João Pinto que não tem dificulades em ultrapassar Pedro Roma e marcar o segundo golo. Neste lance, para além da relativa passividade de Danilo que deveria ter "atacado" a bola, mesmo que tivesse de fazer falta, tem de se realçar também a passividade de Sarmento que vê a bola passar-lhe à frente sem esboçar um esforço para a cortar, e (mais uma vez) a falha imperdoável de N´Doye, que deixou João Pinto correr sozinho, ficando a assistir à jogada num lugar privilegiado.

Enfim, uma derrota amarga que acaba com o sonho de um final de liga tranquilo. Em Barcelos, só um resultado interessa: A VITÓRIA!

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