José Eduardo Simões veio ontem, através de uma conferência de imprensa que teve lugar no Pavilhão Jorge Anjinho, rebater muitas das críticas e acusações que Maló de Abreu tem feito à sua gestão da AAC/OAF. "A verdade sobre mentiras e inverdades do Dr. Maló de Abreu" foi o título do documento lido ontem pelo Presidente Interino em exercício, que fez questão de começar por dizer que "uma mentira muitas vezes repetida, e não desmentida, corre o risco de parecer uma verdade, e de iludir os associados". De acordo com a Direcção ainda em funções "a sucessão de mentiras ou inverdades está a ultrapassar os limites do tolerável. Estamos perante uma tentativa infame de manchar o trabalho sério e dedicado de quem, naquela que foi sem dúvida uma das horas mais difíceis da vida da AAC/OAF, soube assumir as suas responsabilidades (e não se resguardou sorrateira e oportunisticamente à espera de melhor oportunidade)". Neste documento, os directores elegeram cinco pontos de forma a rebater as acusões dos adversários eleitorais, que são: orçamento do futebol profissional, passivo, orçamento da formação, salários em atraso na formação e situação de litígio com jogadores. Em relação ao orçamento para a temporada que está a decorrer, José Eduardo Simões desmente categoricamente o seu adversário, dizendo que o orçamento do futebol profissional não é o quarto maior da Superliga, como tem sido insistentemente afirmado pelos elementos da Lista B, mas sim que "não vai além do décimo ou décimo primeiro lugar da SuperLiga, ao nível do Beira-Mar e do Nacional". No que respeita ao passivo, o Presidente Interino afirmou que "a verdade é esta: o passivo real era de 9.5 milhões de euros: seis milhões formais e mais 3.5 milhões de dívidas de curto prazo, que tinham que ser pagas em 2003 - a jogadores, por exemplo -, sendo que parte das receitas de 2003 tinha sido antecipada e não estavam disponíveis para cobrir esses pagamentos. Apresentando agora 7,15 milhões, isso corresponde a um esforço financeiro enorme, só possível com empenhamento pessoais e colaborações desinteressadas (onde estava o Dr. Maló nessa altura difícil?). O passivo desceu assim realmente em mais de 2 milhões de euros". Quanto ao terceiro ponto do documento, que fala do orçamento da formação, José Eduardo Simões também desmentiu Maló ao dizer que é de 6% a 7% do orçamento total. Quanto aos salários em atraso na área da formação "são de quatro meses, havendo uma recuperação de, precisamente, quatro meses, desde que esta direcção entrou em funções". Por fim, o tema quente dos litígios com ex-atletas do clube. A este respeito, José Eduardo Simões negou que a Académica tenha treze casos para solucionar como afirmou Maló de Abreu. Segundo ele, há apenas três casos para resolver, que são: Marcelo, Jorginho e Camilo. No que respeita ao caso de Jorginho, "há efectivamente um litígio, dado não ter sido possível o diálogo com o jogador". Quanto a Camilo, o caso parece ser mais esquisito, assumindo mesmo contornos muito estranhos, o que levou a Direcção actual a fazer um ultimato a Campos Coroa e a mais dois dirigentes da altura. "Damos 48 horas às pessoas que assinaram o contrato com o Camilo para nos informarem em que cartório notarial foi reconhecida a assinatura do atleta, para sabermos se é válido". Se a resposta do ex-presidente não chegar, José Eduardo Simões promete que a Académica irá recorrer aos meios legais que tem ao dispor.
Para além do documento referido, José Eduardo Simões também jogou ao ataque afirmando que "nunca os valores da Académica estiveram tão ameaçados". "Maló de Abreu é o principal responsável pela destabilização e os resultados estão à vista. Os maus resultados avolumaram desde que começou a campanha indigna do Dr. Maló de Abreu".
Ainda na mesma conferência de imprensa foi lido um comunicado do actual Director Desportivo da Briosa, António Simões, em que este dá uma resposta às declarações de Maló de Abreu, que afirmaou que o seu Director Desportivo será Vítor Manuel e que António Simões terá de se "readaptar" a outras funções. António Simões respondeu dizendo que "nunca estive, não estou e nunca estarei dependente de nenhum “Maló” para trabalhar no futebol português, não conheço de lado nenhum o Dr. Maló de Abreu, não lhe reconheço nenhuma autoridade ou legitimidade para usar o meu nome". António Simões vai mais longe quando afirma que "não sou 'readaptável'" e dá uma prova de confiança na actual equipa: "a equipa tem muito valor e vai dar muitos golos de alegria aos adeptos".
É de referir ainda que hoje, pelas 23h00, no canal RTPN, os dois candidatos irão debater as suas ideias. Espero que seja
uma boa oportunidade para que os sócios sejam esclarecidos quanto às ideias de cada um e não mais uma troca de acusações que não acrescentam mais nada ao que já se sabe.
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