A Académica e o Marítimo empataram 1-1, ontem à noite, no Estádio EFAPEL Cidade de Coimbra. A Académica marcou primeiro, aos 42 minutos, por Makelele, e o Marítimo empatou, por Derley, aos 71.
Não foi um jogo muito bem disputado, talvez pelas condições climatéricas, pelo cansaço (da Briosa) e pelo facto da bola de jogo ter sido utilizada pela primeira vez – a nova “Brazuca”, do Mundial. O Marítimo foi mais pressionante mas a Académica, nas poucas vezes que atacou com qualidade, criou maior perigo.
Destaca-se o excelente regresso de João Real e o protesto da Mancha Negra contra os horários absurdos dos jogos, escolhidos pelas Televisões, que estão a ajudar a matar a paixão pelo jogo e o próprio jogo em si – porque sem adeptos e espectadores, não há clube!
Eu acrescento que para além de nefastas para o jogo, as decisões das Televisões não me parecem nada ingénuas. Já não é a primeira vez que a Académica joga a uma segunda-feira e logo na sexta-feira a seguir, ficando apenas com 3 dias para recuperar forças e planear o jogo. Ter apenas 3 dias ou ter os 5 dias habituais (ou seja, quase o dobro!) entre jogos faz uma grande diferença. Ontem foi notório o cansaço dos jogadores academistas.
OS JOGADORES
Ricardo – esteve bem e seguro, como sempre. Apenas deixou escorregar uma bola. Não teve hipótese de brilhar pois os remates do Marítimo não lhe proporcionaram nenhuma grande defesa.
Marcelo Goiano – teve bastantes dificuldades em segurar os atacantes maritimistas. Viu um amarelo e quase que via outro logo a seguir. Tentou atacar mas os centros nem sempre lhe saíram bem.
Aníbal Capela – esteve globalmente bem mas não conseguiu impedir o remate vitorioso de Derley, no golo do Marítimo. Nos últimos minutos de jogo, quase que marcava, na sequência de duas bolas paradas.
João Real – Foi o melhor da Académica. Regressou em grande, cortando quase tudo o que havia para cortar no seu raio de acção. Aos 26 minutos fez um corte brilhante, de carrinho, na área, a impedir um remate com “selo de golo”.
Djavan – fez um jogo abaixo do que já o vimos fazer. Defendeu quase sempre bem mas não conseguiu evitar o centro de Sami, que resultou no golo dos visitantes. Desta vez, também não conseguiu criar perigo no ataque. Tentou fazer as suas já habituais arrancadas mas as combinações com Ivanildo e Abdi não resultaram.
Fernando Alexandre – É um poço de força e de rigor táctico. Fez um grande jogo, “varrendo” o meio-campo defensivo e compensando os centrais, sempre que necessário.
Makelele – A “carraça” esteve presente! Pressionou sempre os adversários e, numa das raras vezes que se adiantou no terreno, ainda marcou o golo da Briosa. Foi, a par de João Real e Fernando Alexandre, um dos melhores em campo.
Cleyton – Pode e já o vimos fazer bastante melhor. É um jogador essencial na construção do jogo academista. Ontem, não se conseguiu libertar da teia do meio-campo maritimista e, talvez por isso, o futebol da Briosa não foi tão fluido como se desejava.
Abdi – esforçado mas infeliz. Teve um bom remate, logo após o golo de Makelele, mas de resto, nada se viu. Foi dos piores, ontem.
Ivanildo – É um jogador com uma técnica acima do normal mas nem sempre a utiliza da melhor forma. No entanto, sempre que o faz, resulta em golo da Académica! Não é por acaso que é o rei das assistências da Briosa. Foi infeliz; lesionou-se no lance em que centra para o golo de Makelele e foi substituído por Marinho.
Magique – Tentou lutar mas não conseguiu disfarçar que é um “avançado” e não um “ponta-de-lança”. Neste jogo, impunha-se a presença de um ponta-de-lança, que conseguisse receber os passes longos e segurar a bola para permitir que a equipa subisse no relvado. Não foi isso que Magique fez e, depois de nem sequer ter ido disputar duas bolas chutadas por Ricardo, foi substituído por Buval, aos 65 minutos.
Marinho – Entrou imediatamente antes do intervalo, para o lugar do lesionado Ivanildo. Tentou “agitar” o ataque da Briosa mas nem sempre foi feliz nem bem acompanhado. Como sempre, quando foi preciso, ajudou a defender.
Buval – Após uma longa ausência dos relvados, entrou neste jogo, aos 65 minutos, para render o esgotado Magique. Mas mal entrou, a Académica sofreu o golo. O Marítimo pressionou e Buval teve de se aplicar mais a defender do que a atacar.
Diogo Valente – Substituiu Abdi, talvez tarde de mais (aos 83 minutos). Em pouco tempo, trouxe maior clarividência ao ataque academista, com menos velocidade mas melhor tomada de decisões. Nos minutos finais, em que a Académica dispôs de várias bolas paradas seguidas, tentou deixar a sua marca. Os primeiros centros saíram mal mas os seguintes foram tensos e colocados, como se pede.
2 comentários:
Isso dos dias de intervalo entre jogos serem poucos nao é desculpa nenhuma. entao e em Inglaterra, em que as equipas jogam 38 jornadas mais Taça da Inglaterra mais Taça da Liga mais competiçoes europeias. E não é por isso que as equipas inglesas deixam de ter bons resultados e jogos bem jogados. Um equipa precisa de ritmo, de jogos constantes. Os treinos e jogos-treino nao sao substitutos para um jogo "real". Os resultados vêem-se sobretudo depois daquela semana de pausa do Natal e do fim de ano.
Outra arbitragem de referência... depois de Capela, em Coimbra, e Costa, na Luz, terem arranjado um penalti para os patrões, ontem em Alvalade, Hugo Pacheco conseguiu arranjar um inédito penalti para o SCP, por falta cometida... fora do campo! Pelo menos inovou...
E assim, os três estarolas ficam empatados em favores, e a arbitragem portuguesa continua, qual Robin dos Bosques invertido, roubando aos pobres para dar aos ricos. Parabéns!
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