O QUE INTERESSA

Depois da vitória sem espinhas na última jornada, frente à equipa cujos adeptos, apesar de já andarem há dezenas e dezenas de anos a perder, ainda não aprenderam a comportar-se como deve ser depois de terem levado um banho de bola de uma equipa com um orçamento muito inferior, já apelidada de equipa do "bacalhau" pelo treinador derrotado, a Briosa encontra-se no segundo lugar da classificação.

Fruto de uma visão muito diferente do que deve ser um jogo de futebol face aos seus antecessores no banco da Académica, Jorge Costa incutiu um estilo vocacionado para a procura do golo, para o espectáculo, em contraponto com o rigor e a construção "de trás para a frente" que era a pedra basilar do futebol da Briosa na era de Domingos Paciência. Com um futebol atractivo, aliado a uma classificação que nunca tinha sido atingida neste século, muitos, nos quais eu não estou incluído, esperavam que os habitantes da primeira capital do país se empolgassem com a equipa e passassem a assistir aos jogos.

Na minha opinião isso não vai acontecer porque o futebol português está completamente "estarolizado" em função da vergonhosa protecção que os três cancros que minam o nosso futebol beneficiam das entidades oficiais e da pseudo comunicação social que temos de aturar. Considero que tentar mudar as mentalidades "já formatadas" das pessoas é uma tarefa inglória e que só terá resultados em momentos muito específicos e nunca de forma duradoura.

O que a Académica tem de fazer é começar um trabalho de fundo na população jovem. Quando falo de população jovem, estou a referir-me a crianças de tenra idade, ainda nos jardins escola e no ensino básico. É aí que está o potencial de recrutamento que já não se encontrará noutros níveis etários, que já foram vítimas da "lavagem cerebral" efectuada pela máfia tri-céfala e pelos seus avençados, muitos deles pagos por todos nós. Este trabalho não terá frutos a curto prazo, como é óbvio, será uma tarefa para levar a cabo ao longo de vários anos, e não apenas no concelho de Coimbra, mas também nos municípios limítrofes, mas estou convencido que se aos jovens de Coimbra for dada a possibilidade de perceber o que é a Académica, se puderem assistir ao vivo aos jogos da Velhinha, se perceberem que ser de Coimbra é apoiar a Briosa, então sim, teremos um futuro risonho de verdadeiros académicos que encherão os estádios para apoiarem a SUA ACADÉMICA!

Por fim, resta-me felicitar o líder da Mancha Negra. A frase "se estivessem 11 palhaços vestidos de vermelho estava cheio!", reflecte bem o espírito de todos os que lutam contra a "estarolização". Parabéns!