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quarta-feira, 16 de agosto de 2006

VITÓRIA À CHUVA

A Briosa acaba de conseguir a primeira vitória da época. Frente a um dos adversários teoricamente mais difíceis, talvez o mais difícil logo depois da Real Sociedad, a equipa fez uma exibição agradável e conseguiu uma vitória indiscutível. É claro que os "críticos profissionais" vão conseguir arranjar questões para minimizar esta vitória, como conseguiram arranjar questões para maximizar as derrotas. Para mim, esta vitória, tal como as derrotas e os empates anteriores, serviu apenas para melhorar o plantel e para se fazerem menos erros, de maneira a entrar na competição "a doer" da melhor maneira.

O professor Manuel Machado escolheu a seguinte equipa para iniciar a partida: Pedro Roma; Sonkaya, Litos, Medeiros e Lino; Alexandre, Roberto Brum, Nuno Piloto e Gelson; Hélder Barbosa e Gyano Szabolcs. De realçar a posição "híbrida" em que foi colocado Gelson. A fazer lembrar muitos jogos da época passada, ao brasileiro foi pedida uma missão de sacrifício, ou seja, apoiar no meio campo quando a equipa defendia e ajudar o ataque quando a equipa atacava. Como sempre, Gelson esteve irrepreensível. Correu, lutou, em suma, ajudou a equipa. Durante a 1ª parte, período de tempo em que actuou a equipa atrás referida, gostei da forma como a Briosa jogou. Nota-se que os jogadores conseguem correr mais, pressionam mais os adversários, estão mais desenvoltos. É natural que assim seja, uma vez que no início da pré-temporada as cargas físicas são bastante intensas (o que se reflecte nos jogos disputados), cargas essas que vão diminuíndo á medida que os jogos "a sério" se vão aproximando, podendo aí os atletas demonstrar todas as suas capacidades. O Boavista não criou jogadas de perigo iminente e a Académica mandou no jogo, tendo três oportunidades flagrantes, duas delas desperdiçadas por Gyano, que demonstrou boa mobilidade e abnegação, mas esteve bastante perdulário na hora da finalização; e uma concretizada por Gelson, que finalizou uma jogada de insistência depois de um remate interceptado pelos defesas do Boavista. Neste período destacaram-se ainda Roberto Brum (parece voltar aos bons velhos tempos), Alexandre e Hélder Barbosa, assim como toda a defesa que se revelou intransponível.

Pouco depois do início da 2ª parte o professor Manuel Machado começou a mexer na equipa. Neste período completar entraram Káká, Filipe Teixeira, Nestor Alvarez, Raul Estevez e Paulo Sérgio. Nesta 2ª parte o professor Machado alterou o sistema táctico, passando a equipa a jogar em 3x5x2. Notam-se ainda algumas deficiências a nível defensivo quando se joga neste sistema, no entanto, no ataque a Briosa continuou a exibir-se a bom nível. Neste período tem forçosamente de se destacar Raul Estevez. O argentino esteve inspirado! Quer na direita, quer na esquerda, quer no centro ele fez uma grande exibição, demonstrando toda a sua classe individual. Jogadores desta qualidade técnica fazem falta numa equipa, tal como fazem falta jogadores como Gelson, por exemplo, para que o grupo seja homogéneo. A "coroar" a sua bela exibição, Estevez faz uma arrancada pelo flanco direito do ataque, deixando para trás vários adversários e, quando tenta centrar para a área, a bola embate num adversário e encaminha-se para a baliza, apanhando em contra-pé o guarda-redes William. Estava feito o 2 a 0. Resultado justíssimo para o que se passou no relvado. De realçar ainda, na jogada imediatamente anterior ao golo, uma excelente oportunidade que Alvarez não conseguiu concretizar isolado frente ao guarda-redes, depois de uma bola ganha por Paulo Sérgio (excelente estampa física) numa das muitas jogadas de pressão do meio campo da Académica.

Em suma, uma vitória saborosa com uma exibição agradável. Continuem o bom trabalho, malta!

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