AAC 0 - Sp. Lisboa 2
Mais um jogo sofrível da Briosa. Com um ataque inconsequente e uma defesa muito permeável pelas laterais (são bons exemplos o golo do Braga e o primeiro do Sporting, ontem), a Académica tem somado resultados negativos neste início de temporada. Apesar de os jogadores serem praticamente os mesmos da época transacta, a mudança de sistema táctico implementada por Rogério Gonçalves veio fazer com que se perdessem os automatismos e a coerência construídos durante dois anos. Quanto a mim, o 4x3x3 que o técnico da Briosa escolheu, apesar de parecer a táctica mais adequada face aos jogadores disponíveis (temos extremos rápidos), destrói a solidez do meio campo, que foi uma característica bem vincada da Briosa até agora. Com este sistema, surge um espaço imenso entre o meio campo e o ataque, pelo que a ligação de jogadas ofensivas é quase inexistente. Por outro lado, grande parte dos adversários coloca quatro unidades no centro do terreno, o que faz com que os nossos médios, sempre em inferioridade numérica, andem atrás da bola em vez de tentarem construir jogo.
Quanto à partida de ontem, O treinador da Briosa teve de se socorrer de atletas pouco utilizados face às lesões que herdou do jogo com o Paços de Ferreira, e optou também por deixar Tiero no banco(uma exibição fraca na última jornada), para chamar André Fontes para o seu jogo de estreia como elemento do onze inicial.
Foram estes os jogadores utilizados: Ricardo; Pedrinho, Luiz Nunes, Orlando e Pedro Costa; Paulo Sérgio, André Fontes (Tiero) e Cris; Lito (Sougou), Miguel Pedro e Licá (Éder).
A Académica nunca conseguiu criar lances de verdadeiro perigo para a baliza visitante, excepto em algumas bolas paradas, mas em que Paulo Sérgio nunca conseguiu ser consequente. Ainda na primeira parte, uma falta sobre Licá na grande área passa em claro e Miguel Pedro vê um cartão amarelo ridículo quando Moutinho e Veloso impedem o jogador da Briosa de marcar rapidamente um livre, ficando os sportinguistas vergonhosamente impunes. Entretanto, André Marques e Pedro Silva iam coleccionando faltas com a condescendência do gajo a quem chamam árbitro. Na segunda parte Paulo Bento força no ataque com a entrada Vukcevic para o lugar de André Marques (o primeiro do Sporting a quem foi perdoada a expulsão) e Rogério Gonçalves responde com a entrada de Sougou, substituição bem pensada na teoria mas mal executada na prática, pois quem saiu foi Lito, quando era óbvio que Miguel Pedro deveria ter sido o sacrificado, não pelo facto do cabo-verdiano estar a jogar muito bem, mas porque poderia finalmente colocar em prática as verdadeiras vantagens do seu sistema táctico com dois extremos perigosos, quando o Sporting estava mais balanceado para o ataque. Logo a seguir, o Sporting marca e deixa as coisas ainda mais difíceis. Pedrinho esteve terrivelmente mal na marcação a Vukcevic, que centrou como bem lhe apeteceu para a cabeça de Liedson. A partir daqui a Académica afunda-se ainda mais, tendo um ajudante sempre muito solicito, como é o caso do Sousa "cabeça de pila". Este senhor perdoa mais uma expulsão ao Sporting (Pedro Silva) e logo a seguir mostra o vermelho a Miguel Pedro. Entretando o Sporting marca o segundo golo, num lance em que Saleiro está em fora de jogo. Pelo meio, entra em cena o fiscal do lado poente que corta todas as iniciativas atacantes da Briosa, inventando "umas mãos" e uns fora de jogo.
Em suma, a Académica não está bem, o treinador tem de pensar muito bem se quer continuar neste sistema, que já mostrou ser ineficaz; e continuamos a ser roubados descaradamente e ainda se riem na nossa cara. Melhor em campo: Cris.
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